Resumo: Os saberes necessários a um professor para ensinar Matemática têm sido alvo de amplos debates, tanto na literatura de pesquisa em Educação Matemática têm sido alvo de amplos debates, tanto na literatura de pesquisa em Educação Matemática, como nos meios profissionais de professores que ensinam na Educação Básica e de formadores de professores. Nesta apresentação, discutiremos três dicotomias que têm permeado explícita ou implicitamente esse debate: saberes de Matemática pura versus saberes de Matemática para o ensino; Matemática acadêmica versus Matemática escolar; Matemática problematizada versus Matemática não problematizada. Alguns obstáculos têm sido apontados por essa literatura quando ao não reconhecimento dos saberes de Matemática para o ensino de formação de professores e quanto à subordinação da Matemática escolar aos padrões de rigor da Matemática acadêmica. Nosso argumento é de que tais obstáculos podem ser mais bem entendidos considerando-se um paradigma que tem dominado largamente o ensino de Matemática, tanto na Escola como na Universidade: "a concepção de Matemática não problematizada, segundo a qual a Matemática é um corpo homogêneo de conhecimento, pronto e imutável, puro e apolítico, que sempre foi e sempre será da forma que é hoje, ou que apenas se aperfeiçoa linearmente de um estado mais primitivo". A Matemática problematiza, em contrapartida, é uma das concepções da Matemática a partir das diversas práticas sociais que as constituem, e que põe em evidência.